feito pó
acompanho o trabalho de Mar Becker desde janeiro de 2019. todos os poemas dela me arrebatam. sempre digo que adoraria que ela e ana martins marques me ensinassem a escrever poesia. o que ela faz é muito maior que este mundo.
em 2020, a poeta publicou o livro “A mulher submersa”, pela editora Urutau. comentei sobre esse livro aqui.
desde que tomei conhecimento da poesia dela, sempre quis traduzir, mas é muito complexa para mim, por isso escolhi três poemas curtíssimos do caderno “feito pó”, meu favorito do livro.
obrigada pela permissão, Mar.
como polvo
los monjes, la vida em silencio
las lenguas vivas que nacen del fondo de las lenguas muertas
la primavera oscura de lázaro, incesante. el libro. octavio paz
escribiendo a mano el poema hermandad
“también soy escritura”
*
soy escritura
pero también soy olvido
*
por las manos de chuang tzu
se dice que toda palabra escrita pesaba aún menos
que la sombra
del ala
de la libélula
~
feito pó
os monges, a vida em silêncio
as línguas vivas, que nascem do fundo de línguas mortas
incessante, a primavera escura de lázaro. o livro. octavio paz
escrevendo à mão o poema irmandade
“também sou escritura”
*
sou escritura
mas também sou esquecimento
*
pelas mãos de chuang zu
diz-se que qualquer palavra escrita pesava ainda
menos que a sombra
da asa
da libélula